Diário de Tokala - Primeira Provação (I)
- Clarinha
- 19 de mar. de 2018
- 5 min de leitura
Eu e Fuuli tivemos alguns imprevistos para conseguirmos nos encontrar, mas finalmente acabou dando tudo certo e partimos de Orgrimmar para a tão misteriosa... “Encruzilhada”.
Fuuli me guiou por uma região da cidade que ainda não conhecia, é majoritariamente habitada por trolls, “Aqui é o Vale dos Espíritos, Tokala.”. Não entendi bem a razão de estarmos indo por lá até que percebi: o Vale da Força não é o único que possui portões para a cidade.
E pronto... muito mais simples do que eu havia imaginado, bastou atravessar a ponte e eu estava oficialmente nos Sertões Setentrionais.
“Ahhhh, que simples, agora só precisamos chegar na Encruzilhada.” eu comentei com Fuuli animada, mas ela me deu um sorriso sarcástico em resposta. “Ah, sim, chegar nos Sertões Setentrionais é fácil, mas não baixe a guarda, o caminho até a Encruzilhada pode conter perigos.”.
Uma das minhas qualidades físicas é que possuo uma visão excepcional, aparentemente consigo ver mais longe do que os taurens normalmente conseguem e, talvez, do que as outras raças também, então não seria problema identificar algo suspeito.
Logo no começo da estrada avistamos alguns animas um tanto diferentes para mim. Fuuli foi me atualizando cada vez que encontrávamos um novo. Achei tudo tão lindo. A paisagem é bem diferente de Altamontanha que pulsa vida pelo tanto de verde que colore seu mapa. Tanto Durotar, quanto os Sertões Setentrionais são terras áridas, o verde é substituído por um tom de um marrom areia, mas isso não faz da paisagem menos bonita.

Demos seguimento pela estrada rumo ao sul. Confesso que quando Mavis me disse para chamar Fuuli para me ajudar na minha primeira provação, achei que Fuuli conhecia o mapa e saberia para onde ir, mas na verdade acho que ela estava meio perdida também (espero que ela nunca leia isso).
No caminho encontramos uma pequenina vila de goblins para passar a noite. Nem preciso dizer que eu e Fuulli mal cabíamos juntas na estalagem. O que dizer das camas, então? No dia seguinte acordamos com bastante dor nas costas, mas pelo menos, dormimos mais tranquilas do que teríamos feito se tivéssemos acampado.
Demos continuidade à nossa viagem, passamos por umas construções esquisitas com orcs com cara de poucos amigos e usando trajes estranhos. “São Kor’krons, fique perto de mim.” Fuuli me alertou. Aparentemente, Kor’kron é a elite que serve de guarda-costas ao Chefe Guerreiro, independentemente de quem seja, mas depois de Garrosh Gritoinfernal, sua composição foi reduzida à orcs, praticamente.
Eu passei meio de cabeça baixa, evitando olhar pra qualquer um deles (tem um motivo para serem os guarda-costas do Chefe Guerreiro, dão medo). Alguns nos encararam como se procurando qualquer motivo que fosse para nos parar e interrogar. Outros sequer se deram ao trabalho de nos observar.
Saímos daquele acampamento e seguimos a estrada. “Não deve estar longe” Fuuli disse, acho que mais para si mesma, e eu me segurei para não rir.
Um pouco mais pra frente no nosso caminho nos deparamos com um pequeno oásis. Era uma joia verde no meio do mar de areia, e enquanto eu admirava com um sorriso bobo na cara, Fuuli me puxou com tudo pra baixo enquanto sussurrava “Cuidado! Está vendo aquelas cabanas ali? São de centauros, precisamos ter cuidado!”
Centauros... o que são centauros? Questionei Fuuli e ela me contou: "Esqueço que você não é de Kalimdor. Centauros são nossos inimigos naturais. Inimigos dos taurens de Mulgore, quero dizer. Antes de nos estabelecermos, os taurens de Kalimdor eram nômades, e por isso travamos muitas batalhas com os centauros por território.”.
Algum tempo depois avistei uma torre. Comemorei com Fuuli, mas ela dizia que não conseguia ver nada. Eu ri e disse que confiasse em mim, estávamos perto. Chegamos ao por do sol... finalmente!
No segundo dia acordamos cedo, comemos um mingau e nos apresentamos aos líderes. Avisei que havia sido enviada por Gal’jin da guilda Lobos Brancos para a minha primeira provação e por isso estava oferecendo meus serviços à aldeia a fim de me aproximar mais à Horda e também à guilda.
Nos reportamos então à Sergra Espinhonegro, Boticário Hermógenes e Tonga Runa Totem. Sergra é uma orquisa com o nariz levemente empinado, que não pareceu confiar muito nas nossas habilidades. Ela nos pediu, com certo desdém que caçássemos algumas zevras e algumas leoas da savana.
Já o Boticário Hermógenes... hum... renegados sempre me deram um certo frio na espinha. Tentava não olhar muito nos olhos opacos dele (me incomodam ou pouco), mas preciso dizer que foi o único que não demonstrou surpresa ou ressalva quando notou meus chifres diferentes. Ele nos solicitou investigar uns fungos mais ao norte, nos Charcos Esquecidos.
O terceiro, Tonga Runa Totem, é um tauren (eba!), não podia evitar me sentir mais a vontade com ele do que com os outros dois. Tonga pediu que eu e Fuuli fossemos até o mesmo oásis onde encontraríamos os fungos de Hermógenes para investigar algo sobre a vida estar brotando naquela região, sobre a terra estar mudando.
Chegamos aos Charcos Esquecidos e logo de cara nos deparamos com aqueles mesmos centauros. “Eles podem ter incomodado os taurens de Mulgore um dia, mas não são páreos para nós duas, Fuuli.” Eu disse à minha companheira de viagem. Ela sorriu animada e concordou dizendo que estava mesmo precisando de um pouco de ação.

Realmente, havia um lago no centro e muuuuuito verde em volta. Alguns passos para longe e a terra árida e seca já volta a tomar conta da paisagem, mas lá dentro havia algo de muito estranho, muita grama, flores, vida e... fungos.
“Certo Tokala, vamos mergulhar no lago e vejamos se podemos descobrir algo antes de começarmos a pegar esses fungos.” Eu tremi, meu maior medo estava diante dos meus olhos e eu precisava concluir a missão. Não sabia o que fazer então eu sugeri à Fuuli que mergulhasse e eu ficaria na margem para eliminar qualquer ameaça que se aproximasse, dando cobertura à ela.
Eu acho que Fuuli percebeu que eu tenho medo de água, mas ela não jogou isso na minha cara. Ela concordou com o meu plano e foi até o fundo do lago investigar, enquanto eu montava guarda.
Com Fuuli de volta, coletamos os fungos que Hermógenes pediu e fomos embora. Preciso dizer que aquilo fedia muito, não víamos a hora de entregar os dois sacos para o Boticário. Fuuli soltou um espirro para cada fundo que colheu.
No caminho de volta aproveitamos para pegar o que Sergra havia nos solicitado: cascos de zevras e garras das caçadoras da savana. Me sinto um pouco mal de matar animais quando não são para minhas necessidades, mas Gal’jin havia me enviado para auxiliar o acampamento, e se Sergra precisava que eu provasse minha coragem, eu iria fazê-lo.
Matamos os animais, pegamos o que era necessário, oramos à Mãe Terra para que guiasse seus espíritos e tentamos aproveitar o máximo que seus corpos poderiam oferecer. Juntamos carne e couro e voltamos à Encruzilhada.
De volta ao acampamento, cuidamos de entregar à cada um dos três àquilo que haviam solicitado, mas quando chegamos ao tauren Tonga, Fuuli reportou que no fundo do lago havia uma fissura que emanava poder. Talvez fosse esse poder que estivesse preenchendo o lugar com vida.
Eu e Fuuli estávamos sentadas no centro da aldeia assando a carne que havíamos caçado para o nosso jantar, quando Tonga nos requisitou novamente. Disse que no dia seguinte, pela manhã, precisaria de nossa ajuda. Comemos e fomos dormir, cansadas, mas animadas para o dia seguinte.
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