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Diário de Tokala - Primeira Provação (II)

  • Clarinha
  • 19 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

Logo pela manhã, o tauren Tonga nos procurou e informou que um amigo havia presenciado algo parecido mais para o sul dos Sertões Setentrionais. Ele disse que precisava ver com os próprios olhos, mas não poderia deixar seu posto. Sendo assim, pediu que sua águia nos acompanhasse até a próxima missão. Wohali pareceu animado com a companhia.


Quando estávamos saindo, Hermógenes e Sergra também fizeram mais algumas solicitações. “Ouvi que vocês vão para o sul, correto? Porque tenho um experimento para vocês realizarem para mim naquela região.” disse o Boticário.


Antes de seguirmos para o sul, fomos caçar o famoso Echeyaki. “é o rei dos felinos da savana” disse Sergra quando nos deu a missão. Confesso que matar uma criatura tão incrível me deixava com o coração pesado, mas então Fuuli me disse que eu poderia domá-lo.


Aquilo me fez pensar... domar outra fera? “Mas Fuuli, Wohali é meu companheiro de anos, não posso simplesmente substituí-lo” eu lhe disse. Fuuli riu e me esclareceu que eu não o estaria substituindo, eu estaria apenas adicionando, não precisaria me desfazer de Wohali.


Preciso dizer que respirei aliviada e minha águia também. Em vez de matar um animal, poderia domá-lo e ainda assim estaria provando meu valor, e foi o que fizemos. Quando entrei no acampamento com Echeyaki ao meu lado, se fez um silêncio absoluto. Se Sergra fosse uma renegada, tenho certeza de que sua mandíbula teria caído no chão.



Se antes a postura da orquisa era de desdém, agora era de completa admiração, gritou para que toda a Encruzilhada pudesse ouvir que eu havia domado o Rei dos Felinos. Acenamos em agradecimento para o pessoal do acampamento enquanto atravessávamos a Encruzilhada rumo ao sul, para as nossas próximas missões.


No caminho, encontramos o covil dos raptores para concluir a segunda missão da orquisa e fomos logo em seguida para o outro oásis. Este, assim como o outro, estava repleto de centauros. Entramos sorrateiramente, plantamos a mistura que Hermógenes havia nos entregado e ficamos observando a reação. “Não esqueça de tampar a boca!” Fuuli me lembrou.


Um cogumelo enorme começou a crescer numa velocidade assustadora e então... explodiu! Comecei a me sentir mal no mesmo momento. Era como se estivesse engasgando e meus olhos pareciam em brasas. Saímos correndo do lugar.


Seguimos então para o alto da montanha onde deveríamos encontrar Jerrikar. Não era longe, apenas foi preciso encontrar o lado certo para subir a montanha. Quando lá chegamos a águia de Tonga começou a sobrevoar o local como que tentando registrar o máximo de informações possíveis.



Jerrikar nos disse que talvez o que quer que estivesse acontecendo no oásis ao norte, poderia estar acontecendo naquele também. Ele então nos deu um punhado de sementes secas, e aparentemente mortas, para que plantássemos no... fundo do lago. Olhei com certo terror para aquelas pequenas sementes e suspirei. Fuuli pareceu entender e as pegou da mão do tauren.


Ele também disse que eclodiu uma população de tartarugas da região, que antes eram dóceis, agora estavam agressivas, e que talvez o oásis poderia ter alguma relação com isso. Jerrikar então pediu que também pegássemos alguns cascos de tartarugas e levássemos até a Encruzilhada para estudo.


Enquanto descíamos, Fuuli disse: “Bom, parece que vamos ter que voltar para o exato lugar de onde acabamos de sair, para não corrermos risco de respirar aqueles esporos novamente, vamos para a outra margem.”.


Já dentro do oásis eu avistei as tartarugas que o tauren tinha comentado e pedi à Fuuli que fosse até o fundo do lago plantar as sementes enquanto eu pegava alguns cascos. Para o meu alívio, ela concordou sem reclamar.


Aconteceu o que esperávamos, as sementes brotaram no fundo do lago e as tartarugas eram, de fato, bem agressivas, Echeyaki saiu com uma pata enfaixada, coitadinho.


Voltamos para a Encruzilhada a fim de reportar nossas missões concluídas, jantar e descansar. Estávamos exaustas pelo segundo dia consecutivo de aventuras, mas contentes, orgulhosas e com um sentimento de dever cumprido.


Hermógenes pareceu feliz demais pelo fungo quase ter nos matado sufocadas, o que me fez olhar com desconfiança para o renegado. Já Sergra não parecia mais impressionada por termos entrado e saído vivas do covil dos raptores, ela apenas sorriu orgulhosa.


Quanto à Tonga, ele ficou contente com o pensamento rápido de Jerrikar de tentar plantar algo no fundo do lago e disse que estudaria os cascos das tartarugas que havíamos entregado.


Sorri para Fuuli com satisfação e medo ao mesmo tempo. Se essa foi apenas a primeira provação, o que será de mim na segunda?

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