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O Passado de Zuwee - Parte I

  • Clarinha
  • 23 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

<---AVISO: LEITURA NÃO INDICADA PARA MENORES DE 16 ANOS--->


Era um dia comum na vila... afinal, o que de tão extraordinário poderia acontecer com aqueles trolls? Seriam, talvez, o pior tipo de trolls que ela conhecia. Folgados, acomodados, despreparados, relaxados, preguiçosos e pouco ambiciosos.


Sen’jin ficava a pouco tempo de viagem de lá. Era a maior vila em quilômetros e praticamente os sustentavam. Nessa pequena aldeia, comandada por um xamã prepotente, viviam basicamente do herborismo e esfolamento que usavam para negociar com Sen’jin em troca de... todo o resto.


Ela se sentia mal... se sentia presa... se sentia definhando. Queria aprender, treinar, afinar seu canal com os elementos, mas o líder da aldeia sempre a despistava, sempre arrumava uma desculpa ou um compromisso para fugir da sede de Zuwee por conhecimento.


A jovem xamã tentava treinar por conta própria, mas não era o suficiente, é como se o canto dos elementos estivesse ficando cada vez mais bagunçado em seus ouvidos, como se estivessem aprendendo línguas diferentes e não mais conseguiam se comunicar.


Certo dia Zuwee carregou sua canoa até a beira do mar e remou para longe da praia. Puxou o remo, sentou e se concentrou. Pensou no elemento e tentou controlar a água de forma que facilitasse sua pesca. Ela sentia constante necessidade de ajudar a aldeia e de se fazer sentir útil de alguma forma.


Alguns peixes começaram a pular em volta da canoa. Zuwee ficou exultante, afinal... aquilo estava dando certo, mas esqueceu-se de que a concentração deve ser mantida durante todo o tempo. De repente ela estava perdendo o controle do elemento e os peixes começaram a pular mais alto.


Quando deu por si, estava com medo e esse foi o gatilho para a conexão desmoronar. Muitos, mas muitos peixes a cercavam e eles estavam tão desgovernados e enlouquecidos que começaram a pular e bater no barco com tanta força que a canoa quase virou. Zuwee então se pôs a remar de volta para a praia.


Ela estava assustada, frustrada e enfurecida com seu desempenho no mar. Passou correndo pela aldeia e entrou na cabana do chefe sem esperar por permissão.


- Zuwee... o que cê quer? – disse o velho troll com certo desprezo na voz.


- Cê tem que me ensinar! Os elementos não me obedecem.


- Não te obedecem porque cê num é forte, garota.


- Eu não sou forte porque cê num me treina, velhote.


- Essa aldeia é pequena demais pra dois xamãs. Um bom já é suficiente. – Disse o troll com raiva. – E nunca mais ouse me dizer o que eu tenho que fazê, sua pirralha insolente.



Zuwee ficou com tanta raiva, que saiu batendo os pés no chão. Pouco tempo depois o céu azul se fechou e trovões ressoaram antecipando a chuva que lavaria a pequena vila. Ela se arrependia de não ter saído da vila antes quando teve a chance, assim como sua prima Khalisto fez tantos anos atrás...


Obviamente o velho troll nunca iria admitir, mas os elementos estavam refletindo o humor e ira da jovem trolesa, o que só fazia com que ele se mantivesse fiel a decisão de não treiná-la. Ela poderia ser forte um dia, e o chefe jamais aceitaria que houvesse alguém mais forte que ele, ainda mais uma fêmea.


Cerca de algumas semanas depois, o líder da vila reuniu seus aldeões para anunciar que havia sido convocado para um evento em Orgrimmar. Ele não especificou qual era e nem o faria, ele gostava de passar a imagem de que era importante o suficiente para que a capital o convocasse para assuntos sigilosos.


A vila ficou feliz achando que seu líder era poderoso e forte o suficiente para ser requisitado. A verdade é que o evento não tinha relação alguma com nada disso, todos os chefes de vilas estavam sendo esporadicamente convocados para apresentar números das aldeias que comandavam. Mera formalidade burocrática.


Enquanto isso, o motivo da felicidade de Zuwee era que o velhote estaria fora por mais ou menos duas semanas. Ele era um babaca centralizador, manipulador, sexista e, o pior de tudo na visão dela, não tinha interesse nenhum em fazer a aldeia crescer e prosperar.


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